sexta-feira, 29 de julho de 2016

Pais e Filhos

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"Você me diz que seus pais não entendem
Mas você não entende seus pais
Você culpa seus pais por tudo
Isso é um absurdo
São crianças como você
O que você vai ser
Quando você crescer..."

(Pais e Filhos - Legião Urbana)

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"Hoje à tarde foi um dia bom


Sai pra caminhar com meu pai


Conversamos sobre coisas da vida


E tivemos um momento de paz..."


 (Esperando por mim - Legião Urbana)

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          Com o aproximar do dia dos pais, quase que automaticamente, convidamo-nos a refletir a respeito da importância da relação entre pai e filho, ainda que todos os dias possam ser utilizados para essa finalidade. Ao refletir sobre tal relacionamento, na atualidade, percebi que, não raro, a relação entre pai e filho é marcada pela falta de diálogo. Essa falta de comunicação se dá, porque, em vez de tentarem empreender o diálogo, pai e filho vestem as suas respectivas armaduras e, por insegurança emocional, permanecem defensivamente sem saber o que ocorre no coração do outro.
          O relacionamento entre pai e filho, frequentemente, rege-se pelos excessos de ambos os lados. De um lado, o pai deseja superproteger o filho. Simultaneamente, na outra extremidade, está o filho querendo desbravar o mundo sozinho. Ao agirem dessa forma, o pai, geralmente, torna-se autoritário, enquanto o (a) filho (a) rebelde, não raro, passa a enxergar o pai como um indivíduo a ser combatido. Segundo o psicólogo Daniel Goleman, autor do livro Inteligência Emocional, tais comportamentos inapropriados ocorrem, porque pai e filho não se encontram em sintonia emocional. Em síntese: pai e filho não conseguem expressar o que realmente sentem. Em função disso, infelizmente, acabam perdendo tempo com besteiras e brigas, enquanto poderiam usar esse tempo, que perdem, para desenvolver e intensificar os laços familiares.  
           Se o indivíduo – responsável pelo papel de pai – propuser o diálogo, em vez de propor brigas, certamente, ele (ou ela) trará harmonia e sintonia para o ambiente familiar. Em consequência disso, beneficiará não só aos próprios filhos, mas também a si mesmo. Tal fato ocorre, porque, ao dialogar com calma, poderá perceber que, até certo ponto, é saudável que os filhos caminhem por conta própria. Além disso, poderá explicar ao filho o porquê do desejo de superprotegê-lo. Consequentemente, tais filhos poderão perceber, por exemplo, os motivos pelos quais um pai não dorme direito, quando um filho está na balada.  
          Faz-se necessário, portanto, que pai - ou mãe que acumula o papel de pai, por exemplo - e filho busquem fortalecer os laços familiares por meio do diálogo. Isso porque, ao entrarem em sintonia emocional, poderão perceber e compreender o porquê de determinados comportamentos e excessos. Ainda que, em um mundo conturbado, como o nosso, não seja fácil alcançar um estado de espírito harmônico, certamente, vale a pena tentar alcançá-lo. Seja no papel de pai, seja no papel de filho.





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Pais e Filhos - Legião Urbana


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Publicado:

Diário de Santa Maria, RS - 08/2016




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