A comunidade
universitária está adoecendo mental e fisicamente. Tal fato ocorre, visto que,
não raro, os estudantes universitários abrem mão da própria qualidade de vida
em função das atividades acadêmicas em excesso, dos prazos reduzidos e das
cobranças excessivas para que se tenha um alto rendimento constante, por
exemplo. Assim sendo, questiono a postura dos estudantes universitários diante
das armadilhas do mundo acadêmico.
Recentemente, dois casos de suicídio,
ocorridos no curso de medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),
e outro caso de suicídio, ocorrido na pós-graduação da Universidade de São
Paulo (USP), provocaram a reflexão a respeito da desumanização do meio
universitário. Diante das exigências excessivas do cotidiano, os estudantes
universitários passam a crer que precisam assimilar e produzir conhecimento,
como se fossem máquinas. Ao abandonar as horas diárias de sono necessárias ao
dia a dia, ao abandonar a alimentação balanceada e ao abandonar a prática de
atividade física, por exemplo, os estudantes passam a percorrer uma estrada
perigosa. Isso porque, frequentemente, em razão do estilo de vida adotado, passam
a manifestar: ansiedade, irritabilidade, concentração reduzida, enfraquecimento
do sistema imunológico e, não raro, sintomas de depressão.
Ainda que uma parcela considerável
das universidades brasileiras disponibilize serviço de apoio emocional ao
estudante universitário, os esforços precisam ser ampliados e direcionados aos
fatores que atormentam os acadêmicos. Segundo o psicólogo e professor da USP,
Pablo Castanho, os principais fatores que podem explicar a ocorrência de
sofrimento psíquico nos estudantes universitários são: o mercado de trabalho, a
desarticulação do coletivo, a perda de referências e a crise do modelo de vida.
Diante disso, os grupos de apoio ao estudante universitário podem trabalhar
para organizar palestras e seminários, por exemplo, direcionados aos principais
anseios dos acadêmicos. Além disso, faz-se necessária a desconstrução da ideia
de que aquele que procura ajuda é um indivíduo desprovido de força. Numa
sociedade, na qual muitos fingem ser indestrutíveis, ter humildade para
procurar ajuda se evidencia como um grande ato de coragem e força.
Para
que, portanto, o meio universitário se torne mais acolhedor do que se evidencia
na atualidade, faz-se necessário que o estudante universitário passe a
priorizar a própria qualidade de vida, adotando hábitos saudáveis. Além disso, faz-se
necessário também que os grupos de apoio ao estudante universitário busquem a
aproximação dos acadêmicos para que, assim, possam melhor compreendê-los e
auxiliá-los.
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