"Se todo animal inspira ternura, o que houve, então, com os homens?"
(João Guimarães Rosa)
Segundo a Declaração Universal dos
Direitos dos Animais, proclamada na Bélgica, em 1978, é dever do homem,
enquanto espécie animal, colocar a própria consciência a serviço dos outros
animais. Diante dessa normativa, provoco o debate a respeito dos nossos
deveres, traçando um paralelo entre a adoção desumanizada e a adoção
responsável dos animais de estimação.
A adoção irresponsável, não raro,
resulta em crueldade e abandono dos animais de estimação. Tal fato ocorre,
visto que um indivíduo irresponsável – e sem estrutura emocional – resolve expor
o animal de estimação adotado ao estresse desnecessário e ao déficit de
afetividade. Tais indivíduos, certamente, não conseguem enxergar o sentimento
de afetividade existente nos animais, porque não cultivam dentro de si bons
sentimentos. Em função disso, transferem toda a frustração e amargura de uma
vida sombria ao animal de estimação que deseja apenas afeto, carinho e
respeito. Diante desses tutores irresponsáveis, temos o dever de denunciar as monstruosidades
cometidas por eles contra os animais. O Artigo 32, da Lei Federal n° 9.605,
prevê detenção e multa aos que praticarem maus-tratos aos animais e aos que
cometerem o crime de abandono.
Em contrapartida, na adoção
responsável, os bons tutores, antes da adoção de um animal, traçam um
planejamento para efetuar a adoção. Tal preparação prévia se faz necessária,
visto que o tutor precisa disponibilizar, ao animal que será adotado, boas
condições ambientais, higiene e vacinas regulares, por exemplo. Tais ações
estão de acordo com o que foi firmado, em 2003, na 1° Reunião Latino-Americana
de Especialistas em Posse Responsável de Animais e Controle de Populações
Caninas. Na referida reunião, firmou-se o entendimento de que “o guardião de um
animal de companhia aceita e se compromete a assumir uma série de deveres,
centrados no atendimento das necessidades físicas, psicológicas e ambientais de
seu animal”.
A adoção de um animal de companhia requer,
portanto, responsabilidade e planejamento. Isso porque não basta ir a um abrigo
de animais e fazer uma escolha. Quando acolhemos um cachorro – ou um gato ou um
coelho, por exemplo – nos comprometemos a cuidar dele por toda a vida. Por conta
disso, se fores adotar um animal de estimação, seja responsável e faça um
planejamento.
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