sexta-feira, 10 de junho de 2016

Dias difíceis... (Junho / 2016)

"Ninguém vê onde chegamos: os assassinos estão livres, nós não estamos..."

(O Teatro Dos Vampiros - Legião Urbana)




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Insegurança Pública II

           Na última quarta-feira (8), o disparo de uma arma de fogo, no centro de Santa Maria, em horário comercial, chocou os moradores da nossa cidade. Tal acontecimento colaborou para o aumento da sensação de insegurança nas ruas do coração do Rio Grande do Sul. Isso porque, após o disparo da arma de fogo, os cidadãos passaram a ter a certeza de que, nos próximos dias ou meses, sairão de casa, para trabalhar ou para estudar, sem saber se haverá o retorno ao convívio familiar. Tal situação causa ainda mais revolta, porque Santa Maria parece estar abandonada pelas autoridades que deveriam gerenciar a questão da segurança pública.
          Segundo o Artigo 6° da Constituição Federal de 1988, segurança é um direito social. Entretanto, em decorrência do descaso de uma parcela das nossas autoridades, acabamos nos tornando reféns da criminalidade. Tal fato é inaceitável, porque o Estado subtrai uma quantia considerável do nosso salário, para custear a segurança pública, por meio dos mais variados impostos. Se obtivéssemos retorno, tudo bem, mas não recebemos o devido retorno. Muito pelo contrário, tornamo-nos presidiários, ao não podermos sair de casa, em determinados horários, tidos como perigosos. O correr do relógio não é perigoso, perigosa é a omissão de uma parcela das nossas autoridades. O ato de se omitir é perigoso.
           “Ninguém vê onde chegamos: os assassinos estão livres, nós não estamos”. Tal trecho da canção, composta por Renato Russo, poderia ser utilizado para representar a insegurança pública que assola a cidade de Santa Maria. Em função disso, não podemos cruzar os braços diante da apatia de algumas das nossas autoridades. Isso porque, se nos calarmos, estaremos aceitando a barbárie como um acontecimento normal. Por onde andam os responsáveis pelo nosso atual quadro de insegurança pública? Certamente, estão bem protegidos, nas suas respectivas fortalezas, compradas com o dinheiro do nosso suor. Diante disso, aproveito para dar os parabéns aos servidores da Brigada Militar e os da Polícia Civil. Parabenizo tais profissionais, porque, ainda que sofram em decorrência da desvalorização, eles percorrem uma estrada inversa àquela percorrida pela fração omissa das nossas autoridades.
            Portanto, para deixar de sermos reféns da criminalidade, precisamos exigir uma postura correta e coerente das autoridades que teimam em ser omissas. Não estaremos pedindo um favor, mas sim exigindo os nossos direitos. Além disso, acredito que não precisamos perder nossos entes queridos em função do avanço da criminalidade.


Publicado:

Diário de Santa Maria, RS - 09/2016





2 comentários:

  1. A falta de segurança pública ainda é um dos principais assombros nas ruas do Brasil.
    Muito bom!

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    1. A onda de criminalidade tem avançado. Diante desse avanço, não podemos cruzar os braços.

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