sábado, 24 de setembro de 2016

Unidade Básica de Saúde (UBS)

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"A gente acha que tem que aprender tudo sobre as doenças, mas esquece de aprender um pouco mais sobre as pessoas..." 

(Unidade Básica - Universal Channel)




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          Na primeira quinzena de setembro, ocorreu a estreia, pela Universal Channel, da série brasileira Unidade Básica. Tal seriado estreou em momento oportuno, porque percebo que, infelizmente, uma parcela considerável dos cidadãos brasileiros desconhece o mecanismo de funcionamento de uma Unidade Básica de Saúde. Além disso, a referida série, por meio de histórias baseadas em fatos reais, evidencia não só o desenvolvimento da atenção primária à saúde, no Brasil, mas também os empecilhos enfrentados para que o nosso Sistema Único de Saúde continue a oferecer aos cidadãos o melhor atendimento possível.
          Em uma UBS, o atendimento é regido pelos princípios propostos pela Política Nacional de Atenção Básica (PNAB). Segundo tais preceitos estabelecidos pelo Ministério da Saúde, a atenção primária à saúde (ou atenção básica) deve ser a porta de entrada do nosso sistema de saúde. Assim sendo, teoricamente, a UBS deveria ser o primeiro recurso a ser procurado pelo cidadão. Entretanto, a atenção primária, não raro, acaba não sendo a porta de entrada do SUS devido, principalmente, a dois fatores: a informação que não chega ao cidadão e a falta de interesse mais efetivo do Estado em aperfeiçoar o nosso sistema público de saúde.
          O trabalho de uma Unidade Básica de Saúde deve ser regido pelos princípios da universalidade, da acessibilidade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da integralidade da atenção, da humanização, da equidade e da participação social. Em função disso, médicos (as), enfermeiros (as), técnicos (as) em enfermagem e agentes comunitários de saúde, por exemplo, trabalham para proporcionar ao cidadão o melhor atendimento possível na Unidade Básica. Em razão disso, faz-se necessário que o cidadão valorize e busque a medicina preventiva da UBS.
         Portanto, a atenção primária à saúde, ofertada pelas Unidades Básicas de Saúde, pode ser melhor utilizada pelos cidadãos. Para que isso ocorra, faz-se necessário que o cidadão entenda que não precisa procurar a UBS – mais próxima – apenas quando estiver debilitado. Isso porque a medicina praticada na UBS é, preponderantemente, preventiva. Caso o indivíduo não encontre, na atenção primária à saúde, os recursos dos quais necessita para determinado tratamento, tal cidadão será encaminhado ao profissional que melhor poderá ajudá-lo. Por fim, ressalto que, segundo o Ministério da Saúde, 80 % dos problemas de saúde, da população, podem ser tratados, na UBS, sem que haja a necessidade de um encaminhamento.


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Publicado:



Diário de Santa Maria, RS - Outubro/2016


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quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Setembro Amarelo

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          Leitor, escrevo hoje para propor uma reflexão. Em função do Setembro Amarelo, convido-te a refletir a respeito dos porquês da existência dos altos índices de suicídio que assombram o mundo inteiro. Tal ação reflexiva se faz necessária, porque, infelizmente, por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 800 mil pessoas desistem da vida. É como se a cada 40 segundos alguém deixasse de viver. Diante desse quadro crítico, sugiro uma reflexão, porque acredito que só poderemos auxiliar na luta pela redução dos índices de suicídio, se compreendermos melhor o referido tema.
         Também de acordo com dados da OMS, nove em cada dez casos de suicídio podem ser evitados. Em função dessa possibilidade, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), o Centro de Valorização da Vida (CVV) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) estão trabalhando efetivamente na divulgação da campanha de prevenção ao suicídio (Setembro Amarelo). No site da ABP (www.abp.org.br), por exemplo, encontramos a cartilha Suicídio: Informando Para Prevenir. Como vemos, a luta pela redução dos índices de suicídio se desenvolve intensamente. Diante disso, não podemos nos omitir. Precisamos buscar informações, nos mais variados meios, para podermos auxiliar na luta pela redução do número de casos de suicídio.
         Para uma abordagem inicial, não é preciso ser, necessariamente, um médico psiquiatra ou um psicólogo. Para perceber que uma pessoa precisa de apoio emocional, faz-se necessário apenas que saibamos ouvir o nosso semelhante. Ao escutar o que o outro tem a dizer, poderemos identificar se há risco de suicídio ou não. Caso venhamos a identificar o risco de suicídio, precisaremos intervir. Ainda que o indivíduo não queira, precisaremos informar aos familiares, ao psicólogo e/ou ao médico desse indivíduo que ele está passando por um momento difícil. Isso porque, após a identificação do risco de suicídio, é preciso lutar pela preservação da vida do indivíduo.
        Para que possamos, portanto, auxiliar na luta pela redução dos índices de suicídio, faz-se necessário que saibamos ter a sabedoria para ouvir e a sensibilidade para tentarmos compreender os sentimentos das pessoas que estão ao nosso redor. Isso por que, quando um indivíduo está planejando desistir da vida, ele dá sinais do que está pretendendo fazer. Após a leitura da cartilha Suicídio: Informando Para Prevenir, por exemplo, tornamo-nos aptos a identificar tais sinalizações do indivíduo que está passando por um momento difícil na vida. Em síntese, para reduzir os índices de suicídio, é preciso conciliar os seguintes fatores: informação, compreensão e acolhimento.


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Suicídio: Informando Para Prevenir (Link para Download)