quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Não se deixe intoxicar!




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       A dinâmica de um relacionamento tóxico/abusivo, frequentemente, envolve o egoísmo, a mentira e, principalmente, a manipulação dos sentimentos das vítimas desse tipo de relação. Tais interações se evidenciam como danosas, porque, aos poucos, em razão dos abusos morais e físicos, por exemplo, a vítima de relacionamento nocivo vai perdendo a alegria de viver. Engana-se quem pensa que somente as mulheres são vítimas dessa dinâmica maligna. Os homens também sofrem diante de um (a) parceiro (a) manipulador (a).
           Um relacionamento tóxico/abusivo, normalmente, passa por três fases: idealização, desvalorização e descarte. Na primeira fase, o (a) manipulador (a) finge sentir carinho e amor intenso pela vítima da dinâmica abusiva. Na segunda fase, quando a vítima “baixa a guarda”, começa a desvalorização: a vítima estará sempre errada e passará a sofrer violência moral e/ou física, por exemplo. Na terceira fase – com a vítima, praticamente, sem autoestima e exausta – vem o descarte. Tal descarte pode acontecer porque o indivíduo manipulador encontrou outra vítima ou porque o elemento tóxico da relação encontrou outra maneira de se divertir. Frequentemente, esse comportamento nocivo acontece em função de variados transtornos mentais. Muitos desses transtornos não têm cura, mas tem tratamento. O problema é que, não raro, o (a) agressor (a) não costuma aderir ao tratamento psicológico.
            Se tu és vítima de uma relação tóxica/abusiva e não consegues sair dessa situação, não te julgo. Tomo tal postura, porque entendo que, frequentemente, a manipulação comportamental e os jogos emocionais são tantos que a vítima não consegue compreender o cenário ao redor e, muito menos, reagir. Quando reage e consegue escapar da teia de manipulação, não raro, passa a enfrentar a campanha de difamação empreendida pelo (a) parceiro (a) manipulador (a). Assim sendo, para poder melhor lutar contra os abusos frequentes, faz-se necessário que a vítima, do relacionamento tóxico/abusivo, busque informações a respeito das relações tóxicas/abusivas, busque a reconstrução da autoestima e busque o fortalecimento mental. Tal fortalecimento pode ser otimizado por meio de um tratamento psicológico, por exemplo.  
           Portanto, um relacionamento tóxico/abusivo, frequentemente, faz com que a vítima, dessa relação, perca energia vital. Tal desgaste emocional ocorre, porque, não raro, a vítima dá tudo de si, enquanto o outro lado da relação deseja apenas manipular e brincar com os sentimentos do (a) parceiro (a). Estar em um relacionamento tóxico/abusivo é como estar preso na teia de uma aranha. Assim sendo, para escapar dessa teia, faz-se necessário que a vítima conheça a si, conheça o material do qual a teia se constitui e, principalmente, conheça as táticas de manipulação usadas pela referida aranha.   

(Imagem retirada da internet)


quarta-feira, 25 de julho de 2018

Adoção, responsabilidade e planejamento


"Se todo animal inspira ternura, o que houve, então, com os homens?"
(João Guimarães Rosa)



          Segundo a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, proclamada na Bélgica, em 1978, é dever do homem, enquanto espécie animal, colocar a própria consciência a serviço dos outros animais. Diante dessa normativa, provoco o debate a respeito dos nossos deveres, traçando um paralelo entre a adoção desumanizada e a adoção responsável dos animais de estimação.
        A adoção irresponsável, não raro, resulta em crueldade e abandono dos animais de estimação. Tal fato ocorre, visto que um indivíduo irresponsável – e sem estrutura emocional – resolve expor o animal de estimação adotado ao estresse desnecessário e ao déficit de afetividade. Tais indivíduos, certamente, não conseguem enxergar o sentimento de afetividade existente nos animais, porque não cultivam dentro de si bons sentimentos. Em função disso, transferem toda a frustração e amargura de uma vida sombria ao animal de estimação que deseja apenas afeto, carinho e respeito. Diante desses tutores irresponsáveis, temos o dever de denunciar as monstruosidades cometidas por eles contra os animais. O Artigo 32, da Lei Federal n° 9.605, prevê detenção e multa aos que praticarem maus-tratos aos animais e aos que cometerem o crime de abandono.
            Em contrapartida, na adoção responsável, os bons tutores, antes da adoção de um animal, traçam um planejamento para efetuar a adoção. Tal preparação prévia se faz necessária, visto que o tutor precisa disponibilizar, ao animal que será adotado, boas condições ambientais, higiene e vacinas regulares, por exemplo. Tais ações estão de acordo com o que foi firmado, em 2003, na 1° Reunião Latino-Americana de Especialistas em Posse Responsável de Animais e Controle de Populações Caninas. Na referida reunião, firmou-se o entendimento de que “o guardião de um animal de companhia aceita e se compromete a assumir uma série de deveres, centrados no atendimento das necessidades físicas, psicológicas e ambientais de seu animal”.
             A adoção de um animal de companhia requer, portanto, responsabilidade e planejamento. Isso porque não basta ir a um abrigo de animais e fazer uma escolha. Quando acolhemos um cachorro – ou um gato ou um coelho, por exemplo – nos comprometemos a cuidar dele por toda a vida. Por conta disso, se fores adotar um animal de estimação, seja responsável e faça um planejamento.



Compartilhada do Blog: Pets in foco


sexta-feira, 30 de março de 2018

Você não precisa adoecer!


         A comunidade universitária está adoecendo mental e fisicamente. Tal fato ocorre, visto que, não raro, os estudantes universitários abrem mão da própria qualidade de vida em função das atividades acadêmicas em excesso, dos prazos reduzidos e das cobranças excessivas para que se tenha um alto rendimento constante, por exemplo. Assim sendo, questiono a postura dos estudantes universitários diante das armadilhas do mundo acadêmico.
          Recentemente, dois casos de suicídio, ocorridos no curso de medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e outro caso de suicídio, ocorrido na pós-graduação da Universidade de São Paulo (USP), provocaram a reflexão a respeito da desumanização do meio universitário. Diante das exigências excessivas do cotidiano, os estudantes universitários passam a crer que precisam assimilar e produzir conhecimento, como se fossem máquinas. Ao abandonar as horas diárias de sono necessárias ao dia a dia, ao abandonar a alimentação balanceada e ao abandonar a prática de atividade física, por exemplo, os estudantes passam a percorrer uma estrada perigosa. Isso porque, frequentemente, em razão do estilo de vida adotado, passam a manifestar: ansiedade, irritabilidade, concentração reduzida, enfraquecimento do sistema imunológico e, não raro, sintomas de depressão.
           Ainda que uma parcela considerável das universidades brasileiras disponibilize serviço de apoio emocional ao estudante universitário, os esforços precisam ser ampliados e direcionados aos fatores que atormentam os acadêmicos. Segundo o psicólogo e professor da USP, Pablo Castanho, os principais fatores que podem explicar a ocorrência de sofrimento psíquico nos estudantes universitários são: o mercado de trabalho, a desarticulação do coletivo, a perda de referências e a crise do modelo de vida. Diante disso, os grupos de apoio ao estudante universitário podem trabalhar para organizar palestras e seminários, por exemplo, direcionados aos principais anseios dos acadêmicos. Além disso, faz-se necessária a desconstrução da ideia de que aquele que procura ajuda é um indivíduo desprovido de força. Numa sociedade, na qual muitos fingem ser indestrutíveis, ter humildade para procurar ajuda se evidencia como um grande ato de coragem e força.
            Para que, portanto, o meio universitário se torne mais acolhedor do que se evidencia na atualidade, faz-se necessário que o estudante universitário passe a priorizar a própria qualidade de vida, adotando hábitos saudáveis. Além disso, faz-se necessário também que os grupos de apoio ao estudante universitário busquem a aproximação dos acadêmicos para que, assim, possam melhor compreendê-los e auxiliá-los.  


segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Não foi acidente!

          Segundo o DETRAN/RS, de janeiro a novembro de 2017, houve 1406 acidentes com vítimas fatais no trânsito gaúcho. Tais acidentes, também segundo o banco de dados do DETRAN/RS, resultaram em 1571 vítimas fatais. Na mesma pesquisa, o referido órgãos de fiscalização ainda informou aos gaúchos que a maioria dos acidentes (39%) ocorreu em vias municipais. Acredito que tal levantamento de dados não assombre os moradores de Santa Maria, porque diariamente tomamos conhecimento dos acidentes e "acidentes" ocorridos na nossa cidade
          Sinceramente, acredito que uma parcela considerável dos desastres ocorridos no trânsito não poderia ser denominado como acidente. Isso porque tais circunstâncias lastimáveis poderiam ser perfeitamente evitadas. Além disso, se um condutor passou por todo o processo de formação, deveria saber a importância das leis e regulamentações que regem o nosso sistema de trânsito. Caso algum motorista habilitado desconheça o Código Brasileiro de Trânsito, certamente, houve falha no processo de formação. Ademais, se tal motorista conhece as regras que guiam a boa convivência no trânsito e não as põem em prática por achá-las desnecessárias, está sendo, no mínimo, negligente e irresponsável.
          Há também motoristas que conhecem as regras e as descumprem intencionalmente não só por achá-las desnecessárias, mas também por se enxergarem acima delas. Tais condutores, além de negligentes e irresponsáveis, evidenciam-se como imprudentes. Tal comportamento se externa, visto que não medem as consequências de seus respectivos atos. Fazem questão de se esquecer de que devido a própria imprudência, podem, em razão de um ato irresponsável, destruir uma família inteira. Ainda que cause uma única morte no trânsito, terá matado um pouco dos familiares da vítima também. Esses motoristas, não raro, são aqueles que alertam sobre a presença de fiscalizações em determinadas localidades ou aqueles que criticam os órgãos de fiscalização, quando são aplicadas punições, como a retirada de pontos da carteira ou a retenção da habilitação do condutor, em decorrência de uma ação indevida no trânsito. Tais condutores não percebem que tal ação coercitiva serve como uma forma de protegê-los e de proteger os demais usuários das vias de trânsito.
          Percebemos, portanto, que há acidentes e "acidentes". Isso porque determinadas circunstâncias no trânsito são perfeitamente evitáveis. Se há leis que determinam direitos e deveres dos condutores, tais regulamentações devem ser cumpridas. E, se alguém não quiser cumpri-las, que se afaste do trânsito, visto que um veículo não pode se transformar em arma de destruição.  



segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

O que 2018 espera de nós?



          Ao sair de 2017, encontramos 2018 de braços abertos e cheio de possibilidades. Diante do início desse novo ciclo, convido-te, leitor, para um momento de reflexão. Ainda que a nossa vida, quase sempre acelerada, teime em não nos permitir uma pausa, nos próximos minutos, além de refletirmos sobre o ano que chega, conversaremos a respeito do que precisamos fazer para que tenhamos um ano maravilhoso.
          A transição, entre 2017 e 2018, dá-nos a oportunidade de podermos refletir sobre os acontecimentos passados e de podermos empreender determinadas correções de rota. Certamente, no ano passado, em algum momento, cometemos falhas. Seja priorizando a nossa vida profissional e/ou acadêmica em detrimento da nossa saúde mental e física, seja não tendo paciência com o próximo, por exemplo. Em razão disso, convido-te a empreendermos o exercício do perdão, direcionado a nós mesmos. Isso porque a autocrítica, em excesso, só fara com que venhamos a começar o ano sob um estresse desnecessário. O estresse, quando em excesso, afeta negativamente o nosso sistema imunológico.
             À medida que os anos passam, em razão dos empecilhos do cotidiano, vamos nos revestindo de uma armadura pesada. Tal fato se dá, porque determinadas circunstâncias do dia a dia e a competitividade contemporânea fazem com que a nossa percepção, pouco a pouco, vá sofrendo distorções. De tal modo que passamos a enxergar, frequentemente, perigo onde não há, por exemplo. Diante disso, faz-se necessário que tenhamos coragem para abandonarmos nossa armadura e, consequentemente, permitirmos a reversão dessa postura excessivamente defensiva. Ao empreender tal atitude, perceberemos o quanto os conflitos cotidianos e o contato com o próximo podem enriquecer a nossa existência e podem também auxiliar no desenvolvimento da nossa maturidade.
              Que, em 2018, tenhamos paciência, sabedoria e perseverança para empreendermos pausas reflexivas no nosso cotidiano e para, sempre que acharmos necessário, empreendermos correções a nossa trajetória. Além disso, que tenhamos coragem e maturidade para adotar, à medida do possível, posturas menos defensivas em relação aos acontecimentos do nosso dia a dia e aos indivíduos a nossa volta. Ademais, que, em 2018, ao nos deparar com o que temos de melhor, possamos redigir, alegremente, mais uma etapa da nossa história nas páginas desse novo ano.


(Imagem Retirada da Internet)