quarta-feira, 25 de julho de 2018

Adoção, responsabilidade e planejamento


"Se todo animal inspira ternura, o que houve, então, com os homens?"
(João Guimarães Rosa)



          Segundo a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, proclamada na Bélgica, em 1978, é dever do homem, enquanto espécie animal, colocar a própria consciência a serviço dos outros animais. Diante dessa normativa, provoco o debate a respeito dos nossos deveres, traçando um paralelo entre a adoção desumanizada e a adoção responsável dos animais de estimação.
        A adoção irresponsável, não raro, resulta em crueldade e abandono dos animais de estimação. Tal fato ocorre, visto que um indivíduo irresponsável – e sem estrutura emocional – resolve expor o animal de estimação adotado ao estresse desnecessário e ao déficit de afetividade. Tais indivíduos, certamente, não conseguem enxergar o sentimento de afetividade existente nos animais, porque não cultivam dentro de si bons sentimentos. Em função disso, transferem toda a frustração e amargura de uma vida sombria ao animal de estimação que deseja apenas afeto, carinho e respeito. Diante desses tutores irresponsáveis, temos o dever de denunciar as monstruosidades cometidas por eles contra os animais. O Artigo 32, da Lei Federal n° 9.605, prevê detenção e multa aos que praticarem maus-tratos aos animais e aos que cometerem o crime de abandono.
            Em contrapartida, na adoção responsável, os bons tutores, antes da adoção de um animal, traçam um planejamento para efetuar a adoção. Tal preparação prévia se faz necessária, visto que o tutor precisa disponibilizar, ao animal que será adotado, boas condições ambientais, higiene e vacinas regulares, por exemplo. Tais ações estão de acordo com o que foi firmado, em 2003, na 1° Reunião Latino-Americana de Especialistas em Posse Responsável de Animais e Controle de Populações Caninas. Na referida reunião, firmou-se o entendimento de que “o guardião de um animal de companhia aceita e se compromete a assumir uma série de deveres, centrados no atendimento das necessidades físicas, psicológicas e ambientais de seu animal”.
             A adoção de um animal de companhia requer, portanto, responsabilidade e planejamento. Isso porque não basta ir a um abrigo de animais e fazer uma escolha. Quando acolhemos um cachorro – ou um gato ou um coelho, por exemplo – nos comprometemos a cuidar dele por toda a vida. Por conta disso, se fores adotar um animal de estimação, seja responsável e faça um planejamento.



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