quarta-feira, 29 de março de 2017

Práticas Integrativas e Complementares no SUS





          Por meio da Portaria N° 849, de 27 de março de 2017, o Ministério da Saúde incluiu Arteterapia, Ayurveda, Biodança, Dança Circular, Meditação, Musicoterapia, Naturopatia, Osteopatia, Quiropraxia, reflexoterapia, Reike, Shantala, Terapia Comunitária Integrativa e Yoga à Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). Tal medida atende ao que preconiza a Organização Mundial de Saúde: reconhecimento e incorporação das Medicinas Tradicionais e Complementares nos sistemas nacionais de saúde.
            As Práticas Integrativas e Complementares, conhecidas popularmente como “ramos da medicina alternativa”, precisam ser reconhecidas, valorizadas e incorporadas ao cotidiano do nosso Sistema Único de Saúde (SUS). Tal necessidade se dá porque tais práticas tem o objetivo de garantir a prevenção de agravos, a promoção e a recuperação da saúde, com ênfase na atenção básica, além de propor o cuidado continuado, humanizado e integrado em saúde, contribuindo com a resolubilidade do sistema de saúde com qualidade, eficácia, eficiência, segurança e participação social no uso.
          Ademais, não somente o médico, como também toda a equipe que trabalha pelo bom funcionamento do SUS, precisa valorizar as vivências e as experiências pessoais dos cidadãos. Ao exigir que o paciente abandone determinado tratamento alternativo, os profissionais da saúde podem estar comprometendo o tratamento e, consequentemente, a melhora do estado de saúde do paciente. Além disso, as Práticas Integrativas e Complementares estão fundamentadas em pesquisas científicas. A acupuntura, por exemplo, é uma tecnologia de intervenção em saúde que aborda de modo integral e dinâmico o processo saúde-doença.
          As Práticas Integrativas e Complementares, portanto, existem para aumentar a quantidade de recursos que podem ser utilizadas pelos cidadãos. Além disso, tais práticas colaboram para que a medicina se torne cada vez mais humanizada. Ademais, as Práticas Integrativas e Complementares fazem com que o cidadão se sinta mais à vontade e integrado ao Sistema Único de Saúde. Isso porque ele passa a se sentir mais respeitado, valorizado e, principalmente, bem acolhido.





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sábado, 11 de março de 2017

Qual é o prazo de validade do ser humano?



        “Existe somente uma idade para a gente ser feliz. Somente uma época na vida de cada pessoa em que é possível sonhar e fazer planos (...) Essa idade, tão fugaz na vida da gente, chama-se presente”. Tal fragmento, retirado do poema Idade de Ser Feliz – de Geraldo Eustáquio de Souza – vai de encontro ao que é imposto pela sociedade. Isso porque, nos dias atuais, parece que o ser humano passou a ter um prazo de validade. Tal como os aparelhos celulares que se tornam obsoletos em pouco tempo, por exemplo. Infelizmente, em função do cansaço cotidiano e das pressões sociais, as pessoas acabam acreditando que realmente são “muito velhas” para realizarem os sonhos que carregam dentro de si.
         As pressões sociais, não raro, são as principais responsáveis pela imposição de um prazo de validade aos seres humanos. Tal fato ocorre, porque uma parcela considerável da sociedade acredita que tem o direito de impor diretrizes aos outros. Tais como a “obrigação” de, até os 30 anos, ter total estabilidade emocional e financeira, ter casa própria e ter filhos, por exemplo. Tais obrigatoriedades absurdas têm a capacidade de fazer com que o indivíduo – caso queira satisfazer ao que é imposto pela sociedade – perca saúde mental e, consequentemente, saúde física. É claro que podem existir indivíduos que, antes dos 30 anos, sintam-se completamente realizados. Entretanto, fazer dessa situação uma regra geral é um profundo ato de desonestidade.
         Cada indivíduo é um universo único. Dessa forma, não há como comparar histórias e trajetórias diferentes. Assim sendo, a sociedade não tem o direito de impor prazos de validade aos indivíduos. Por isso, leitor, se alguém te disser que tu és muito velho (a)  para desempenhar determinada atividade, não dê ouvidos. Assim, automaticamente, não correrás o risco de te expor a uma carga prolongada de stress e, consequentemente, ganharás saúde mental e física. Segundo a Dra. Marilda Novaes Lipp – cientista, escritora e psicóloga – quando o stress é prolongado, ele afeta diretamente o sistema imunológico do indivíduo. Além disso, o ser humano cronicamente estressado apresenta cansaço mental, dificuldade de concentração, perda de memória imediata e apatia.
         Os seres humanos, portanto, não são objetos ou mercadorias. Em razão disso, a imposição de um prazo de validade ao ser humano se evidencia como uma atitude desonesta. Isso porque cada indivíduo possui características e habilidades específicas. Além disso, cada ser humano tem seu ritmo próprio. Dessa forma, ninguém precisa se sentir obrigado a cumprir as diretrizes insanas impostas pela nossa sistemática social doentia.

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Se Você é Jovem Ainda - Chaves

"Dona Florinda, convença-se de uma coisa: a juventude e a velhice não tem nada a ver com a idade"

(Professor Girafales)




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